Reúne Ilhéus resiste e já é o ´maior ato de ocupação no Brasil´

Resistência que é exemplo para o Brasil
Ascom

 

Ao completar 90 dias de ocupação em frente ao Palácio Paranaguá, em Ilhéus, o Movimento Coletivo Reúne Ilhéus assume a posição de "maior ato de ocupação em todo o Brasil". O movimento ocupou a entrada principal da sede do governo de Ilhéus no dia 14 de julho, reivindicando uma profunda investigação sobre as concessões do transporte público na cidade e permanece, até agora, no local, pelo fato de não ver suas reivindicações atendidas na prática.

Em nota, o movimento lembra que já está "um quarto de ano" dormindo na rua e ressalta a "capacidade imensurável de resistir, compreender e lutar por seus objetivos em torno de uma causa que interessa (ou deveria interessar) a todos ilheenses". O grupo também destaca um fato histórico: em 479 anos, Ilhéus jamais presenciou tanta determinação de cidadãos que lutam por um objetivo comum. "Há momentos que chegam a ter o repúdio de uma pequena parcela da sociedade (Que depois de averiguado o interesse do autor da mensagem, é possível perceber algum tipo de ligação com poder público ou até mesmo pela má informação transmitida pelas rádios e jornais), mas a maior parte da sociedade sabe que estes cidadãos estão fazendo a parte mais difícil que é se manifestar por toda a comunidade no tocante ao transporte coletivo municipal e a forma como o serviço é prestado, sem transparência, sem qualidade e não atendendo as necessidades de seu povo carente", ressaltam na nota comemorativa.

História - O coletivo passou a se reunir diariamente em praça pública e mobilizar pela internet, a fim de criar um grande ato que fizesse pressão junto ao poder público e promover uma discussão que envolvesse todos os setores da sociedade para assim, ter um resultado que representasse o anseio da população e atendesse suas necessidades. Não demorou muito para que viessem apelos referentes a outros assuntos dos diversos cidadãos presentes nas reuniões e assim se fizesse um manifesto documentado, reunindo todas as denúncias que seriam levadas ao poder público nas esferas municipais e estaduais 

Após conseguir abrir o diálogo com o governo municipal, foram entregues ao prefeito Jabes algumas das reivindicações do grupo, bem como todas as reclamações do povo ilheense que havia se manifestado durante as Assembleias. Neste documento foi informado também, quais documentos que o movimento precisava, entre eles  os dados financeiros das empresas para divulgar à população, assim como todos os dados referente aos contratos de concessão, editais de licitação, balanço contábil, demonstrativos de resultados, tempo da frota, número de linhas, quilometragem rodada e demais dados necessários para análise da real situação do transporte coletivo da cidade.

Após perceber a demora em atender as demandas de documentação, que tem prazo estabelecido em contrato e na Lei Orgânica do Município a ser cumprido, o movimento decidiu pressionar o poder público e evitar possíveis fraudes no processo e assim promoveu a ocupação do prédio do Palácio Paranaguá, que se prorroga até os dias atuais após ordem judicial para desocupação do prédio. O grupo também questiona a morosidade da justiça para avaliar os seus pleitos.

"A justiça não é eficaz para averiguar os possíveis envolvimentos em esquemas fradulentos de políticos que se omitiram e nada fazem diante do descaso do poder público com o trabsporte coletivo da cidade", asseguram em nota. O movimento destaca ainda que está a todo momento denunciando irregularidades nos contratos e nos dados contábeis das empresas e alguns órgãos que deveriam estar a frente das denúncias, "inclusive alguns vereadores, se fazem despercebido e acabam por continuar no descaso e se omitindo diante dos fatos e se não fosse pelos movimentos de rua, estariam hoje aprovando o aumento da passagem do transporte coletivo da cidade".